Essa
poesia botada fora
Esse
sono sem esplendor
Esse
verso que se insinua
Vida
a ser redigida
Sem
dia marcado
Esse
silêncio unânime
Esse
dínamo amortecido
Esse
solfejar curvado
Este
escrever amarrotado
Num
riacho turvo
Esse
não ser Rimbaud
Esse
não ser Homero
Esse
ser sem rosto
Porvir
que não vem
Só
um cansaço cinza
Esse
não ser Verlaine
Esse
costume epígono
Contraversão
Da
luz e da energia
E
a sala de máscaras
Todas
com pó e umidade
Esse
deixar-se obscuro
Esse
mostrar-se nu
Dentro
de uma gaveta
Lamento
como adágio
Dia
a dia: planos que morrem
Em
doses de tédio e traças
Ser-se
eterno ser obsoleto
Esquecido
num caderno
O Sortilégio não vem
A cura - a calma não chega
É hora de queimar tudo Versos –
Projetos abjetos Inclusive o poeta
Um comentário:
Gosto desse poema. É forte. Fartos estamos de tanta coisa... me identifico sempre com a tua lírica. beijo!
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