domingo, 12 de junho de 2011

O fantasma de um Sorriso – um post musical


Imagine ter uma banda no fim dos anos 60. Você toca contrabaixo e canta. De certa forma , é a figura central do grupo. Trabalho duro com os colegas: compondo, criando arranjos, idealizando um som influenciado por Cream, Hendrix e Beach Boys. Idealizando o sucesso, o reconhecimento. Após muito ensaio e algumas incursões em estúdio para gravação de demos, foi possível descolar o lançamento de um compacto pelo selo Mercury. Mas as coisas parecem não evoluir. Shows inexpressivos, recepção morna do single. Nesse meio tempo, você recebe um convite para montar uma banda com um indivíduo mais ou menos conhecido, que já havia tocado com os Bee Gees. E acontece o inevitável: abandona seus dois amigos do tempo de faculdade e corre atrás do sucesso. Os remanescentes da sua banda encontram, então, um cara dentuço, que toca piano, canta e tem sérias pretensões no rock. Um tal de Farouk Bulsara, que já havia visto o grupo em shows e, possivelmente, estava de olho no posto de front man da sua banda.


E você é o Tim Stafell, ex-baixista e vocalista do grupo Smile, banda que contava com Brian May nas guitarras e Roger Taylor na bateria e que, depois da entrada do novo vocalista e pianista, adota o nome de Queen. Farouk se tornou Freddie Mercury, um dos vocalistas e compositores mais influentes dos anos 70. Para completar o time, foi admitido na banda o baixista John Deacon. O que passou pela sua cabeça, enquanto seu nome caiu no ostracismo, enquanto a estrela da rainha começava a brilhar? Talvez a pergunta que você se fez durante muito tempo: “E se eu não tivesse saído da banda, o que teria acontecido?” Mas depois acabou chegando a conclusão: “Infelizmente não sou Freddie Mercury”. Alguns anos depois, este último entoava numa canção-hino: “No time for losers/ 'Cause we are the champions/ of the world”. Faixa do álbum News of the World, da banda que, na Inglaterra, já vendeu mais do que os Beatles.

O que sobrou do grupo Smile foi lançado na década de 80 em Gettin' Smile, EP com as músicas do compacto lançado em 69, Earth e Step on Me, mais algumas demos, entre elas, Doin all Right, que o Queen gravaria no primeiro disco. Dessa forma foi possível conhecer o trabalho do trio Staffell, May e Taylor. Na verdade, podemos observar algumas características que viriam a se aprofundar nos discos da rainha: o enfoque nas melodias, backin' vocals, e o peso contrastando com momentos mais calmos. Isto estava esboçado naquela meia dúzia de canções.

Em 2003, mais de 30 anos depois, Tim Stafell voltou ao cenário musical com um álbum intitulado Amigo, contando com a participação de seu ex-colega de banda, Brian May. Não se trata de nenhuma obra-prima, mas vale a pena conhecer o som som do cara que foi substituído por Freddie Mercury.

                                                                                                                              



     Além das 6 músicas, esse álbum vem com vários bônus, incluindo múscas do 1984, banda anterior ao Smile.
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