Dezessete anos e chupava um pirulito
Esfera vermelha com haste plástica
Colorida e aromatizada artificialmente
De vez em quando tirava da boca e lambia
e fazia com que a gulosice transitasse
Adoravelmente entre as bochechas
Talvez a lubricidade dos meus olhos...
Mas não era a forma tradicional
De chupar um pirulito
Havia qualquer gesto obsceno
Ela esperava o ônibus
Sorvendo o morango artificial
E me olhava.
Volta e meia
Sorria para mim...
E eu pensando
Que há coisas mais divertidas
Que o carrinho de mão vermelho...
E ela me olhava
Se divertia
Com o tio de 32
Que a admirava
Em silêncio.
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