Preciso de um olhar triste para fortalecer minhas palavras
Um olhar de quem não vive senão para cultivar as próprias feridas
Preciso de um olhar para iluminar minhas expressões desorquestradas
Um olhar triste como arquitetura de cemitério
Um olhar de pássaro morto
Para cerzir esta nênia sem fim
E receber o artesanato vão de uma lua fanada
Um olhar triste de mãe que perdeu o filho único
Olhar do atleta mutilado ao espelho
Uma tristeza em tons menores
Com direito a quarteto de cordas
E pianíssimo lacrimejante
Deus que jamais foi meu
Um olhar triste para esta melodia
Um olhar triste igual ao meu.
Leonardo Alves
Leonardo Alves
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