Em verdade ela nasceu no âmago do corpo
Qual frágil margarida
Flor singela dos campos.
Entretanto alimentou-se das noites,
Quimeras
E lágrimas.
Cresceram-lhe pétalas de aço,
Espinhos de vidro estilhaçado
Rompendo as paredes da vida
Desentranhando do ser a dor profunda
De morrer com fome e sede;
Mesmo depois de uma vida
De amor e altruísmo.
Enquanto ela cresce
O ser se decompõe
Frágil fosso sem líquido
Fonte de ignotas águas;
E o dia corre pela janela
Do leito estreito, estéril
Vê-se que o dia está sombrio,
O dia tenta perscrutar
A flor
No âmago do corpo.
Leonardo Alves
Leonardo Alves
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