terça-feira, 26 de abril de 2011

Flores no Hospital


Em verdade ela nasceu no âmago do corpo
Qual frágil margarida
Flor singela dos campos.

Entretanto alimentou-se das noites,
Quimeras
E lágrimas.

Cresceram-lhe pétalas de aço,
Espinhos de vidro estilhaçado

Rompendo as paredes da vida
Desentranhando do ser a dor profunda
De morrer com fome e sede;
Mesmo depois de uma vida
De amor e altruísmo.

Enquanto ela cresce
O ser se decompõe
Frágil fosso sem líquido
Fonte de ignotas águas;

E o dia corre pela janela
Do leito estreito, estéril
Vê-se que o dia está sombrio,

O dia tenta perscrutar
A flor
No âmago do corpo.


                                       Leonardo Alves

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