terça-feira, 26 de abril de 2011

Porto


Abarcaram minhas naus
A fábula e o abismo
Em vão tentei provar
A esfericidade da terra

Quantos outonos
Sem fruto
Num porto de pedra

E a ilusão da inexistência
Dos monstros marinhos
De se chegar às índias
Contornando a costa africana

Não, não me é possível
Qualquer riqueza oriental
Ou glória marítima
Deus criou somente para mim
Singular mitologia
E um mundo plano
Para minhas naus caírem no espaço.

                                                   Leonardo Alves

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