sexta-feira, 24 de junho de 2011

Metapoética

Escrevo sob a luz elétrica
Meus versos desajeitados
Enquanto Luís de Camões
Observa meu trabalho

Fico constrangido
Com a presença do vate luso
E deito ao chão
Minha inutilidade poética

Antes do meu nascimento
Minha dor já estava por aí
Melhor escrita em versos 
De sublimada arte e engenho

Resta, nesta hora, me contentar
com o epíteto de poetastro
Ou desistir de tudo

E não há chance de Virgílio
Me acompanhar aos infernos.

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