quinta-feira, 9 de junho de 2011

Poema-desculpa em gran finale com direito a coreto desafinado


Eu cantarei o poema-desculpa
Cantarei o poema-me-perdoa
Por ser tão sem expressão
Cantarei o poema-sem-álcool
Cantarei o poema-tímido
O poema-mediano
Cantarei o poema-calado
O eterno poema-sem-assunto
O épico poema-assexuado
Anaforicamente
Pateticamente
A juventude
Da mais escusa torre
As mãos vazias
Rugas, gris 
Pus com sangue da manhã
O poema-rastejante
Pedindo perdão
Por ter nascido


               Leonardo Alves

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