há muito mar nos meus ouvidos
há um azul sem fim nos meus olhos
no entanto desconheço o mar
vários heróis na lembrança
um mar sangüíneo
na balada arcaica do coração
não obstante o mar
é apenas uma idéia
dos antigos poetas
lidos na infância
nos vãos de qualquer
sentar-se à beira de si
o mar é tão irreal
quanto os Campos Elísios
corpo desfalecido
de Aquiles
nasceu, o mar, nos meus braços
carentes de abraços
imagem – hipérbole, lenda
dos desencantos da urbe
no entanto o que são estes estrondos
nos rochedos do meu sentir?
paquetes sulcando meu sonho incorpóreo?
um sorriso com as velas enfunadas?
Cantochão dos pescadores?
brados heróicos dos desbravadores?
É apenas o eterno mar dos meus sentidos...
Leonardo Alves
Leonardo Alves
2 comentários:
Acho muito bom o teu blog. E bom também que tenhas um blog. Mas evito sempre comentar poesia porque acho muito difícil, principalmente quando a gente conhece o autor, porque aí já não há aquele distanciamento que acho que é fundamental para se ler uma obra qualquer (pelo menos na minha humilde opinião) e também porque não havendo tal distanciamento, a gente sempre acaba tropeçando em algum floreio sentimentalista ou fazendo uma análise injusta por conta disso. Mas isto não quer dizer que não estarei acompanhando o este espaço aqui.
Concordo contigo, Profano. É muito difícil avaliar de forma objetiva o trabalho de uma pessoa conhecida. Mas agradeço pelo fato de acompanhares os meus posts. Eu, da mesma forma, sou leitor assíduo do Douto e Profano.
Postar um comentário