terça-feira, 24 de maio de 2011

Apartamento 06

A umidade desenhou um mapa-mundi nas paredes da sala
As lesmas escrevem meu nome na porta
Enquanto a torneira
Ejacula sua água marrom do Aqueronte

A aranha tece gentilmente
Uma cortina para minha fenestra
E depois das 22
A cozinha é de uso exclusivo das baratas

A traças se alimentam dos meus livros
E do meu diploma inútil

O telefone no cio
Grita impaciente por mim
Eu sei quem é
E não faço questão de atender
Por mim pode morrer
O telefone
Gritando.

                  Leonardo Alves

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